Você já ouviu falar em aderências pélvicas, mas não sabe exatamente o que são ou como elas aparecem?
Se esse termo surgiu em uma consulta médica ou em uma conversa sobre saúde feminina, é natural que você tenha dúvidas.
As aderências pélvicas podem afetar a qualidade de vida de muitas mulheres, e entender o que são e como se formam é o primeiro passo para lidar com elas.
Vamos conversar sobre isso de forma clara, acolhedora e com base em informações confiáveis, para que você se sinta mais segura e informada.
Neste artigo, vamos explorar o que são as aderências pélvicas, os fatores que levam à sua formação, como elas estão relacionadas a condições como a endometriose e o papel da laparoscopia no diagnóstico e tratamento.
Nosso objetivo é trazer clareza e empatia, ajudando você a entender melhor sua saúde.
Vamos começar?

O que são aderências pélvicas?
As aderências pélvicas são faixas de tecido cicatricial que se formam entre órgãos ou estruturas na região pélvica, como o útero, ovários, trompas de Falópio, bexiga ou intestino.
Pense nelas como uma espécie de “cola” que faz com que esses órgãos fiquem grudados uns aos outros, o que pode limitar seus movimentos naturais e causar desconforto.
Essas aderências são comuns e, segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose, podem afetar até 30% das mulheres que passam por cirurgias pélvicas ou têm condições inflamatórias.
Embora nem sempre causem sintomas, elas podem levar a dores crônicas, problemas de fertilidade ou complicações em outros órgãos.
Se você quer saber mais sobre os sintomas que as aderências podem causar, confira nosso post sobre dor pélvica crônica.
Como as aderências pélvicas se formam?
As aderências pélvicas surgem como uma resposta do corpo a algum tipo de “agressão” na região pélvica, como inflamações, infecções, traumas ou cirurgias.
Quando o tecido pélvico é lesionado, o organismo tenta se reparar, formando tecido cicatricial.
Em alguns casos, esse tecido acaba unindo órgãos que normalmente não deveriam estar conectados.
Vamos entender os principais fatores que contribuem para isso:

Cirurgias pélvicas ou abdominais
Cirurgias como cesarianas, remoção de miomas ou laparoscopia podem deixar cicatrizes internas.
Durante o processo de cicatrização, aderências podem se formar.
Por exemplo, uma mulher que fez uma cirurgia para tratar endometriose pode desenvolver aderências como consequência do procedimento.
1 – Endometriose
A endometriose é uma das principais causas de aderências pélvicas.
Nessa condição, o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando inflamação crônica.
Essa inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial, que “gruda” os órgãos. Estudos, como os publicados no Journal of Endometriosis and Pelvic Pain Disorders (2021), apontam que até 50% das mulheres com endometriose têm algum grau de aderências.
2 – Infecções pélvicas
Infecções como a doença inflamatória pélvica (DIP), muitas vezes causada por infecções sexualmente transmissíveis, podem desencadear inflamações que resultam em aderências.
Essas infecções irritam os tecidos pélvicos, levando à formação de cicatrizes.
3 – Traumas ou lesões
Qualquer trauma na região pélvica, como acidentes ou lesões, pode estimular a formação de
aderências.
Mesmo algo menos comum, como uma pancada forte, pode desencadear esse
processo.
4 – Outras condições
Condições como apendicite, cistos ovarianos ou até mesmo gravidez ectópica podem contribuir para o surgimento de aderências, especialmente se houver inflamação ou ruptura de tecidos.
Quer entender mais sobre como a endometriose contribui para as aderências?
Veja nosso artigo sobre endometriose e suas complicações.
O papel da laparoscopia no diagnóstico e tratamento
A laparoscopia é uma técnica minimamente invasiva que desempenha um papel crucial tanto no diagnóstico quanto no tratamento das aderências pélvicas.
Durante o procedimento, um médico insere uma pequena câmera através de uma incisão na região pélvica para visualizar os órgãos internos.
Se aderências forem encontradas, elas podem ser removidas na mesma cirurgia, usando instrumentos delicados.
De acordo com a American College of Obstetricians and Gynecologists, a laparoscopia é considerada o “padrão ouro” para diagnosticar aderências, pois permite uma visualização direta e precisa.
Além disso, ela é menos invasiva do que cirurgias abertas, o que reduz o risco de novas aderências.
No entanto, é importante saber que, mesmo com a laparoscopia, as aderências podem voltar a se formar em alguns casos, especialmente se a causa subjacente, como a endometriose, não for tratada adequadamente. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.
Como as aderências afetam a saúde feminina?
As aderências pélvicas podem causar diferentes sintomas, dependendo de sua localização e
gravidade.
Alguns dos impactos mais comuns incluem:
- Dor pélvica crônica: Aderências podem “puxar” os órgãos, causando desconforto
constante ou durante atividades como exercícios ou relações sexuais. - Infertilidade: Aderências nas trompas de Falópio podem dificultar a passagem do
óvulo, impactando a fertilidade. - Alterações intestinais ou urinárias: Se as aderências afetam o intestino ou a bexiga,
podem surgir sintomas como constipação ou dificuldade para urinar

Se você suspeita que está enfrentando esses sintomas, é fundamental buscar orientação médica para um diagnóstico preciso.
O que fazer se você suspeita de aderências pélvicas?
Se você sente dores pélvicas persistentes, tem histórico de endometriose, cirurgias ou infecções, aqui estão algumas dicas práticas:
- Procure um ginecologista: Um especialista pode solicitar exames de imagem, como
ultrassom ou ressonância magnética, e, se necessário, indicar uma laparoscopia. - Converse sobre seu histórico: Informe seu médico sobre cirurgias, infecções ou
condições como endometriose para ajudar no diagnóstico. - Considere um acompanhamento multidisciplinar: Um time com ginecologistas,
nutricionistas e fisioterapeutas pode ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar sua
qualidade de vida. - Mantenha um estilo de vida saudável: Uma dieta anti-inflamatória, rica em vegetais e
ômega-3, pode apoiar a saúde pélvica. Veja mais em nosso post sobre alimentação
para saúde ginecológica.
Conclusão:
Conhecimento para cuidar de você As aderências pélvicas podem parecer um tema complexo, mas entender como elas se formam e seus impactos é um passo importante para cuidar da sua saúde.
Seja por endometriose, cirurgias ou infecções, essas faixas de tecido cicatricial podem ser gerenciadas com o acompanhamento certo.
A laparoscopia é uma ferramenta valiosa para diagnóstico e tratamento, mas o mais importante é ouvir seu corpo e buscar orientação de profissionais especializados.
Você já sentiu sintomas que podem estar relacionados às aderências?
Compartilhe sua experiência nos comentários ou continue explorando nosso blog para mais informações sobre saúde feminina.
Sua saúde merece atenção e cuidado!